sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Aneurisma da aorta abdominal.Um perigo silencioso.










Aneurisma da aorta abdominal


Caracteriza-se como aneurisma uma dilatação maior de 50% do diâmetro esperado para a artéria segundo o biótipo e idade do paciente, desde que irreversível.

È uma doença conhecida desde a antiguidade descrita provavelmente por Cláudio Galeno médico grego por volta de 146 D.C., quando descreveu os dois tipos mais freqüentes um que aparecia espontaneamente e outro após algum traumatismo.

Um paciente meu ilustra bem um caso típico de aneurisma de aorta.

Paciente do sexo masculino, em torno de 60 anos, foi fumante durante 40 anos tendo desenvolvido um quadro de DPOC (doença obstrutiva crônica, no caso bronquite crônica), levemente hipertenso, controlado com medicamentos e sem diabetes, não apresentando nenhum sintoma.

Veio para exame de ultrassom de rotina anual da próstata, quando detectamos uma dilação na sua aorta abdominal abaixo das artérias renais onde se localizam em 80% dos casos.

As causas do aneurisma geralmente estão relacionadas com a maior longevidade onde incidem as doenças degenerativas como a ateromatose (depósito de gordura de baixa densidade nas artérias), hipertensão, diabetes e doenças pulmonares crônicas.

A ateromatose é responsável por 95% dos aneurismas, mas outras doenças que enfraquecem a parede podem ser responsáveis como a sífilis, doença de Marfan, Ehlers Danlos e traumas.

A fisiopatologia pode ser explicada pela lei de Laplace (tensão dentro do vaso= (raio x PA)/2)em que a tensão dentro do vaso é proporcional ao raio do vaso, vezes a pressão arterial do paciente dividido por dois, cujo número deve se substituído no caso pela espessura da parede do vaso.

A parede do vaso contém elastase uma substancia que dá elasticidade ao vaso para pulsar, e que é inibida pela enzima alfa-1 antitripsina, produzida nos pulmões. No nosso caso ele tinha DPOC que altera a produção desta enzima.

O aumento da pressão arterial é um fator importante na ruptura do aneurisma uma vez que só 23% das rupturas ocorreram sem aumento da pressão e 60% das rupturas tinham a mínima (diastólica) maior que 100 mm Hg

O aneurisma é causa de morte em 2 % da população, e 30 a 63 % dos pacientes que tem aneurisma distal da aorta podem romper.
A mortalidade é proporcional ao diâmetro do aneurisma. Menores de 6 cm podem romper em torno de 50% e maiores de 6 cm a sobrevida é de somente de 5 a 6 % quando rompem.

Os AA podem ser diagnosticados pelo Raios-X do abdômen, ultrassonografia abdominal, tomografia, ressonância e arteriografia.


O uso rotineiro do ultrassom em pacientes acima de 50 anos pode diagnosticar em praticamente 100 % dos casos e evitar a ruptura em 49 % e a morte em 45 % dos casos.


O ultrassom deve ser realizado nos pacientes acima de 50 anos assintomáticos, principalmente se tiver história de hipertensão, antecedentes familiares, fumo, doenças pulmonares, trauma abdominal e sífilis e doenças do colágeno e em pacientes sintomáticos com dor lombar, abdominal ou nos membros inferiores.

A prevalência de doença coronariana varia de 40 a 60 % dos casos.

O tratamento é feito pela colocação de uma prótese interna para prevenir a ruptura após uma avaliação clínica rigorosa.

Muito cuidado com aneurisma acima de 5 cm no diâmetro transverso pelo ultrassom e um tipo diferente que é o aneurisma sacular.

Um grande abraço e continuem sugerindo novos temas pelo comentário ou www.ultraimagem.com.br

Dr. Marins

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